Como começar a introdução alimentar para um serzinho que só tem o leite como fonte de alimento?
No conteúdo de hoje, vamos bater um papo sobre esse momento de transição importante para a saúde e o desenvolvimento ideal do bebê.
Certamente você já deve ter ouvido muitas dicas sobre esse momento, principalmente se você é mamãe de primeira viagem.
Mas a verdade, cara leitora, é que ninguém melhor que você e o pediatra do bebê para tomar a decisão de por onde começar.
Até porque toda criança é diferente da outra. O que foi ótimo para uma, pode não agradar a outra.
Sendo assim, vamos entender melhor como funciona essa etapa e como começar a incorporar alimentos na dieta do seu bebê.
Antes de mais nada…
Antes de ouvir as dicas das outras pessoas do seu convívio, é importante considerar as características que envolvem o seu cotidiano.
Práticas comuns à família, tradição e cultura do local onde se vive fazem toda a diferença na vida, inclusive nessa etapa. Você pode pedir uma variedade de entrega de comida para bebê ou fazer purês de bebê você mesmo.
Dessa maneira, vou lançar luz ao assunto de uma forma geral, sem considerar apenas um tipo de cultura ou apenas uma localidade.
Outro ponto que precisa ser considerado, é que a nutrição está em pleno desenvolvimento, todos os dias.
São estudos e mais estudos, seguidos por profissionais no mundo inteiro que buscam se atualizar sempre para melhor orientar seus pequenos pacientes.
Portanto, o que era uma realidade há algum tempo, pode já não fazer mais sentido nos dias de hoje.
E é exatamente por isso que eu te digo para tomar cuidado com as dicas de outras pessoas que não estão diretamente ligadas à área da nutrição.
E, por fim – mas não menos importante – procure manter a amamentação mesmo após a adaptação do bebê aos alimentos.
O leite materno oferece nutrientes importantes para o desenvolvimento do bebê. Sendo assim, não corte imediatamente esse alimento.
Comece pelo desmame noturno.
Até porque se você resolver parar de amamentar assim que a criança começar a se alimentar com outros alimentos, você vai ter dores de cabeça.
Isso porque o bebê vai levar um tempo até se adaptar. Você vai conseguir ficar em paz, sabendo que seu filho está de barriga vazia?
Portanto, muita calma nessa hora que tudo vai se ajeitando com o tempo.
Dito isso, vamos lá aprender como começar a introdução alimentar.
Como começar a introdução alimentar em 10 passos
Quanto mais natural você tornar o processo, mais facilmente ele será implementado.
Eu separei aqui 10 passos que certamente vão te ajudar a trazer o seu bebê para a mesa da família em pouco tempo.
E, se por acaso, o bebê não aceitar os alimentos ou não se adaptar à nova rotina em alguns dias, o melhor a fazer é procurar um pediatra para entender onde está acontecendo a dificuldade.
- 01 – Criança aprende mais rápido com exemplos
Você provavelmente já ouviu essa máxima em diferentes locais, de diferentes profissionais desde que começou a ler sobre a criação dos filhos.
E como a maior parte das máximas, ela faz todo o sentido.
Para você que tem filhos mais velhos: quantas vezes tentou explicar algo e eles não ouviram nada, ao mesmo tempo que começaram a agir como você ou como o pai?
Sendo assim, se você quer que seu filho tenha uma alimentação saudável, avalie as refeições feitas em família.
Quanto mais natural for a alimentação do bebê, melhor.
Não precisa exagerar em condimentos, como se estivesse cozinhando para um grande chef. O bebê ainda vai ter os primeiros contatos com os alimentos.
Crie o hábito de se alimentar de forma saudável e permita que o bebê tenha esse exemplo todos os dias.
- 02 – Planejamento
Procure planejar a alimentação semanal do bebê, afinal, quanto mais frescos os alimentos, melhor.
Tudo na vida dos bebês precisa ser planejado. É o caso dos banhos, do sono, das atividades. Com a alimentação não é diferente.
Frutas, vegetais, tubérculos, carnes e ovos devem ser comprados semanalmente ou, em último caso, parte destes deve ser congelada de maneira adequada.
Evite as papinhas e alimentos industrializados. Lembre-se que você está desenvolvendo o apetite do seu filho.
Procure, ainda, organizar as refeições para que todos sentem à mesa juntos, para passar essa confiança para o bebê.
E, de forma alguma, coloque seu filho na frente da televisão para se alimentar. Aliás, televisão é algo que você deve mesmo evitar.
Não vou me aprofundar no assunto, mas no meu aulão “Desligue a televisão”, eu explico exatamente o tamanho do prejuízo das crianças expostas excessivamente às telas.
Recomendo fortemente que você adquira para que conheça técnicas importantes para manter o entretenimento sem impactar negativamente o desenvolvimento do seu filho.
- 03 – Deixe o bebê se alimentar na medida que achar necessário, sem excessos
Se você quer que seu bebê desenvolva sua autonomia alimentar, você precisa entender que esse é o momento dele.
É verdade que lavar roupas, chão, mãos, boca – e tudo o que estiver em volta – dá trabalho.
Porém, é muito importante que você permita que o bebê tenha esse contato com as texturas, odores, cores e sabores.
Aos poucos, você vai perceber que ele já começa a compreender o que gosta e o que não gosta.
Se por acaso ele não quiser comer naquele momento, não precisa insistir. Lembre-se que o leite materno já supre muitas das necessidades do organismo do bebê.
Preocupe-se apenas em organizar o local da alimentação e dê as ferramentas necessárias para que o bebê aprenda.
Não esqueça de sempre oferecer um copo com água também.
- 04 – Alimentos ideais
Como mencionei há pouco, é preciso considerar a alimentação da família antes de definir o que o bebê vai comer.
Segundo o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, o bebê pode se alimentar com todos os alimentos consumidos pela família, desde que sejam saudáveis.
Os alimentos que oferecem uma resistência maior, podem ser amassados com um garfo, nunca batidos em liquidificador.
Quanto ao sal, a Sociedade Brasileira de Pediatria defende que somente deve ser oferecido ao bebê após completar um ano.
E existem profissionais que defendem que não é preciso evitar, basta apenas reduzir o sal de todos os alimentos que são feitos no lar.
- 05 – É o bebê que define o caminho
Mesmo que você acompanhe conteúdos como esse, a fim de introduzir os alimentos na rotina do bebê da melhor forma possível, lembre-se que quem vai definir tudo é ele mesmo.
Você tem que fazer a sua parte, que é a de oferecer alimentos saudáveis e escolher a técnica que melhor se adapta à sua rotina.
Existem famílias que preferem oferecer alimentos que focam na autonomia de bebê, para que ele aprenda a se alimentar sozinho de forma mais rápida.
Outras famílias preferem oferecer os alimentos com o prato e colher.
Nesse caso, será necessário dar o alimento para o bebê que ainda não terá coordenação motora para tal.
O fato é que quem vai definir o melhor caminho e os melhores alimentos, é o bebê mesmo.
Faça sua parte e observe o desenvolvimento lindo que essa fase garante.
- 06 – Horários indicados
Os melhores horários para as refeições do bebê são as tradicionais, ou seja, os mesmos que a família segue.
Entretanto, uma dica importante é que você vá ajustando o organismo do bebê para aquele momento, ao mesmo tempo que, se necessário, você antecipe ou atrase um pouco as refeições.
O ideal é que o bebê não esteja próximo de um cochilo, não esteja irritado, chorando, tempo demais sem se alimentar, entre outras características.
Quanto mais confortável e acolhedor for o momento, mais rápido o bebê vai querer fazer parte das refeições em família.
A amamentação pode seguir normalmente. Inclusive é recomendada antes ou após as refeições principais, feita de forma equilibrada.
Já se o bebê mama fórmula, não é recomendado que dê após as principais refeições, pois pode interferir na absorção de nutrientes importantes para a saúde do bebê.
O ideal é esperar cerca de uma hora e meia após as refeições principais para, então, oferecer a fórmula.
- 07 – Atenção às texturas e formatos
Como começar a introdução alimentar também engloba diversos outros aprendizados, texturas e formatos podem fazer toda a diferença.
Além disso, o bebê precisa compreender, aos poucos, que alimentação é uma combinação interminável de sabores, cores, texturas e formatos.
A princípio, opte por alimentos com texturas mais macias, como é o caso das papinhas feitas com legumes, carnes – entre outros – e amassados com o garfo.
Você pode equilibrar com alimentos inteiros, o qual o bebê vai poder pegar e levar à boca. Nesse caso, evite formatos redondos.
Isso porque existe o risco de a criança engolir sem dissolver o alimento corretamente. Por ser redondo, engoli-lo inteiro é mais fácil.
Se quer oferecer tomate-cereja para o bebê, por exemplo, corte-o.
E o mesmo cuidado vale para os alimentos mais sólidos. O bebê ainda está aprendendo a mastigação. Um alimento muito sólido pode machucar e até mesmo asfixiar.
- 08 – Como começar a introdução alimentar saudável?
Você pode e deve começar a introdução alimentar saudável desde o primeiro alimento que escolher para o bebê.
A ideia de que a criança está com vontade do refrigerante, do doce, do industrializado, entre outros, tem mais relação com crença popular do que com fatos.
O bebê ainda está começando a descobrir a função. Ele não faz ideia do gosto de um salgadinho de festa, por exemplo.
Ofereça frutas, verduras, grãos mais macios, tubérculos, legumes, carnes, peixes e ovos. Todos naturais e, de preferência, frescos.
O bebê também não tem a necessidade de consumir suco. Prefira sempre oferecer as frutas mesmo.
Para lavar os alimentos, basta colocá-los em água corrente e limpar com uma escova.
Em seguida, deixe em uma solução de 1 litro de água com 1 colher de sopa de hipoclorito de sódio a 2%.
Deixe na solução por 15 minutos, retire e lave novamente na água corrente com a ajuda da escova.
E se optar por congelar os alimentos como os vegetais, cozinhe-os por pouco tempo e, em seguida, dê um choque térmico neles para parar o cozimento, mantendo os nutrientes.
- 09 – Invista na variedade
Quanto mais cores, sabores, odores, texturas e formatos em cada refeição, mais o apetite do bebê será desenvolvido.
Além, é claro, da sua vontade de descobrir um novo alimento, incentivando ainda mais a alimentação do pequeno.
Faça combinações de cores de alimentos saudáveis.
Em quantidades pequenas, coloque um alimento verde, outro laranja, outro amarelo, uma carne e um alimento roxo. Pronto! O bebê vai se interessar pela beleza.
Lembrando, claro, que nessa etapa, o bebê já deve estar mais familiarizado com o processo.
Para temperar esses alimentos, sempre prefira o que temos de natural. Ervas, alho, cebola e azeite formam uma boa combinação de sabores e odores.
Aproveite o momento para buscar mais informações sobre os alimentos, pois certamente isso vai melhorar a qualidade de vida de toda a família.
- 10 – Como começar a introdução alimentar no primeiro dia?
Como acabei de mencionar acima, cada etapa deve ser respeitada para que você aprenda como começar a introdução alimentar de maneira natural.
Comece oferecendo apenas um alimento. O organismo do bebê precisa compreender que chegou o momento dele digerir outros alimentos além do leite materno.
Portanto, sem pressa!
Após um tempo, o organismo já vai estar mais habituado a um alimento ou outro. Nessa etapa, você começa a oferecer alimentos diferentes.
Aos poucos, comece a oferecer dois alimentos na mesma refeição, respeitando sempre a regra de que as porções precisam ser pequenas.
Com a adaptação já em andamento, você começa a oferecer duas refeições por dia e assim por diante.
Conclusão
Acompanhar o crescimento dos filhos é sagrado e são esses momentos desafiadores que são ainda mais belos.
Você vai ensiná-lo a andar, a falar, a se alimentar, a dormir e todas as outras lições que o tornarão um adulto consciente.
Sendo assim, aproveite muito cada etapa!
Ninguém, no mundo, vai ensiná-lo com mais amor do que você mesma. Use isso sempre a favor da sua relação com seu filho.
Espero que eu tenha sanado suas dúvidas sobre como começar a introdução alimentar e desejo refeições regadas de alegria.
Bom apetite!